sexta-feira, 17 de julho de 2009

Não há mais.

Não há mais quem olhe para uma garota e deseje apenas aquela, quem converse, entenda, ajude e compreenda, ao invés de brigar e se revoltar, quem pense no outro, quem pare de se preocupar só com si mesmo e ceda um pouco de espaço e atenção para a pessoa amada. Não há mais alguém que lhe ceda um casaco em um dia frio, que lhe enxugue as lágrimas quando elas teimam em cair, que busque suas mãos em momentos inesperados, que sussurre segredos só para você ouvir e saber. Não há mais quem olhe nos seus olhos, quem lhe traga uma carta de amor ou uma flor roubada qualquer, quem sonhe ao seu lado e quem lhe faça voar nos projetos de amor, mesmo existindo o risco de despencarem lá do alto. Não há mais quem lhe diga uma palavra doce, quem fique feliz apenas em estar ao seu lado, quem lhe prepare uma surpresa e quem diga um eu te amo inesperado, em um momento nada a ver. Não há mais quem lhe chame pra um parque, quem lhe ensine a andar de skate ou bicicleta, quem lhe ajude a levantar quando você cair, e que diga que seu ferimento é nojento mas que vai ali comprar metiolati(o seja lá como se escreve HASUHAS) e cuidar de você. Não há mais quem consiga rir da sua cara sem faltar com o respeito, não há mais quem lhe beije pelo menos uma vez sequer só com o sentimento mais puro, não há mais quem lhe abrace, lhe aperte e lhe exprema até você ficar sem ar. Não há mais quem lhe encha de beijinhos, quem suba em um palco e grite inesperadamente no meio de todo mundo que você é quem o faz feliz. Não há mais quem lhe gire segurando-a com um braço e dê aquele beijo de cinema, quem conte uma piada besta quando você não consegue sorrir, quem lhe pisque o olho e diga ‘estou te seduzindo –q’, quem lhe chame de um apelido que é só seu, exclusivo, só pra você. Não há mais quem lhe faça um presente ao invés de comprar, quem lhe escreva uma música e a cante para vocês, quem lhe obriga a comer uma comida talvez até muito ruim, mas que foi feita de coração. Não há mais quem tire fotos mongóis com você, quem lhe passe aquelas cantadas de pedreiro só pra te fazer rir, quem lhe dá alguma coisa, nem que seja uma pedra ou sei lá, e diz ‘isso vai ser nosso tesouro agora’, porque aí seja o que for terá todo o significado do mundo. Não há mais quem se lembre todas as vezes que meses são completados, quem saiba descrever o primeiro beijo dado entre os dois, quem lhe ponha nas costas e saia correndo pra te fazer ter medo de cair, mas que na verdade vai estar lá pra te segurar. Não há mais quem te ensine a nadar caso você não saiba, quem grude em você como um koala quando alguém que provoque ciúmes aparecer, quem lhe faça se divertir com vários amigos, quem lhe roube um beijo e quem lhe roube o coração. Não há mais quem lhe entenda apenas com um olhar, quem lhe faça chorar de rir, quem lhe tire para dançar mesmo sem saber, quem se arrisque em uma aventura com você. Não há mais quem tenha orgulho pleno em assumir um relacionamento, quem te convence a dominar o mundo junto a ele, quem te ache linda mesmo que você esteja assanhada, de pijama, com maquiagem borrada e esmalte descascando. Não há mais quem queira fazer amor com você ao invés de sexo, quem lhe conte seu dia com o mesmo prazer que uma criança conta quando ganha um brinquedo novo, quem lhe leve para lugares desconhecidos, quem invente um código ultra-secreto que só vocês sabem. Não há mais quem lhe beije em uma chuva mesmo se estiverem brigados, quem lhe embale que nem um bebê no colo lhe fazendo carinho, quem corra com você pra algum esconderijo secreto, quem esteja ali com você para o que der e vier. Não há mais quem lhe ame de verdade, sem banalizar a palavra amor.
Não há mais amor, acho que é isso.

Se houvesse, bem que eu queria. Bem que eu faria o mesmo.